Ouça enquanto lê |
Olha ela aí. Olha como está. Olhando além da janela,
como se procurasse por alguém. Sabe que o mundo é pequeno demais para suas
lembranças. Pobre menina, iludida da vida!
Ela ficava por ai dizendo que vocês não tinham nada,
se achando a pessoa mais madura e a que não leva a vida tão a sério, a que não
acredita em elogios fáceis e sorrisos falsos. Tentando enganar alguém, alguém
além de si mesma.
Ela sempre sofreu de uma mania incurável: se apoiar. E
quando digo isso não é de uma muleta que falo. Tô falando de amor. Sim, esse
que você acabou de destruir. Ela acreditava nesse amor, até quando não deveria.
Principalmente quando não deveria. Como se durante todos esses meses tivesse
feito e desfeito as malas por alguém. Por você. E agora chegou num ponto em que
não consegue acreditar em mais nada. Em mais ninguém. Você acabou com todas as
esperanças que ela tinha com qualquer outra pessoa. O que você fez com ela foi
uma puta sacanagem. Ô se foi!
Mudou muita coisa pra que tudo acontecesse do jeito
certo. Do jeito que ela achava que era o certo. Mas essas coisas não dependem
só de uma pessoa. Quando a outra não quer o melhor a se fazer é deixar ir. É
como dizem: amor não se pede, não se implora.
Hoje ela me disse que não ia tomar uma dose de você.
Porque nesse tempo todo ela esteve sonhando. Sonhando sozinha. E pra acordar,
tá complicado!
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