quarta-feira, 18 de junho de 2014

Virei essa esquina aqui mas tô no caminho certo

Ouça enquanto lê
Tenho um amor irracional por aqueles que realmente me entendem. Não que leiam a minha mente e me digam tudo que eu sinto. Dá uma certa frustração quando a gente espera que todo mundo entenda, por isso admiro muito os poucos e bons que me digam o que eu não percebo e não consigo organizar dentro de mim, e que saibam diferenciar meus reais intuitos dos desvios de caminho que sem querer acabo por fazer. Sabe aquelas pessoas que sabem que aquele errinho não foi por mal? Eu erro muito, muito mesmo -sabendo que pequenos erros acabam virando bola de neve. Sou indecisa, insegura e a minha desconfiança é outro nível, duvido até daquilo que dizem que não tem chance de dar errado. (Operadores de parque de diversão que o digam.Meus professores que o digam...E meus pais!)

Sempre fui do contra. A aula é de física mas eu tô lendo o texto de biologia (isso explicaria minhas notas baixas.) Algumas preferências estranhas, músicas desconhecidos, reportagens sobre economia de água, filmes antigos de amorzinho, desenhos em quadrinhos e lugares lindos (e velhos), porém ninguém conhecia. Sem vídeo-game, filmes de chinesinho, partidas de futebol, bailes funk, rolesinhos de caminhonete ou uma tentativa de sair catando amigos só pra se gabar. 

Claro, uma hora eu iria cansar disso e acharia muito atraente a ideia de ter vários amigos. Pois bem. Eu comecei a ouvir o papo das meninas e dos meninos. A fazer o que os outros faziam, só pra variar. Mas sempre me sentia meio deslocada, ninguém era realmente amigo ali, mas eu pensava o que certo era continuar correndo atrás. Ok. Terrível erro. Depois de achar todo mundo fútil, idiota e sem conteúdo, desisti das pessoas e desejei ser um gato, cachorro ou passarinho. Ou apenas permanecer infinitamente no meu castelo encantado (meu quarto) sem ter que manter contato com aquelas pessoas lá fora.

A vida deles deveria ser bem mais fácil. Acho que a partir da oitava série parei de me importar tanto com essa história de companhia. Um livro e boa música era o suficiente... Aí chega o mundo e acaba com a minha bolha (adoro essa palavra!). 

Antes eu pensava que todos ao meu redor sabiam que eu estava sozinha porque não me entendia com ninguém e enjoava de tudo e tudo enjoava de mim. Grande problema. Acho que nessas mil tentativas frustradas de me enturmar eu conheci tanta gente que aparentava perfeição mas era destruída por dentro, que não era qualquer coisa que realmente me deslumbrava. Ninguém era tão interessante assim eu comecei a ter preferência pela solidão. Outro grande problema.

Mas é vida é mágica e linda e eu conheci pessoas das quais me refiro no início do texto. Aquelas que sabem que quando a presença é real companhia, eu quero sempre. Fujo de pessoas que me deixem incomodada, mas amo um bom papo. Sério. E por mais que escolher bem quem vai estar por perto tenha as suas desvantagens, nenhuma delas é maior do que o encontro quase surreal de almas que se entendem e se respeitam. E por mais que digam que eu deveria ser mais simpática e dedicada, eu tô no caminho certo, no meu caminho.

Um comentário:

  1. Que texto lindo. Passar tanto tempo procurando por alguém que nos entenda, entenda nossa confusão, é tão ruim. Realmente, o bom mesmo é reconhecer o valor da companhia de uma boa musica e um bom livro.
    Parabéns pelo seu blog, estou apaixonada!
    http://infinitosurreal.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante pra mim <3