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Antes de mais nada, eu preciso
dizer que eu ao menos tentei. Algumas coisas simplesmente não são
pra mim, e mesmo sabendo que eu vou ser julgada por isso o resto da minha vida,
eu prefiro continuar sendo exatamente como eu sou hoje.
A verdade é que quando eu falo
que eu tenho blog, a primeira coisa que as pessoas pensam é se eu não tive
infância, depois elas esperam que eu seja “a mais legal do mundo”.
Aquela pessoa extremamente comunicativa e aberta a conhecer novas pessoas.
Acontece que eu não sou essa pessoa, embora eu já tenha tentado ser. Alguns
chamam de timidez, outros já me aparecem com nomes mais científicos, mas a
verdade é que eu simplesmente sou assim e isso não envolve medicina ou
psicologia.
Veja bem, eu não estou dizendo
que eu não sou legal ou estou aberta a conhecer pessoas, mas que eu tenho um
limite pra certas coisas que as pessoas acreditam que eu não deveria ter. Por
exemplo, eu sou extremamente introspectiva – e isso é um fato – por isso,
conhecer novas pessoas ou estar no meio de uma “rodinha”, me deixa exausta, até
meio sem paciência. Eu não consigo encarar esse tipo de coisa por muito tempo,
principalmente se for um grupo de pessoas onde eu não tenho nenhum conhecido.
Eu não sou apegada a essa coisa de “primeira impressão”, porque eu
não gosto de dar nenhuma impressão sobre mim. Odeio que as pessoas
construam opiniões sobre mim apenas por mini retratos do perfil de alguma rede
social.
Isso me incomoda.
O fato das pessoas esperarem que eu seja de uma determinada maneira e me cobrarem
isso. Eu não tenho que fazer nada que eu não me sinta confortável
fazendo, eu não preciso me colocar numa situação em que eu me sinta mal, só pra
atingir as expectativas de quem está a minha volta. Tudo bem, minha timidez
acaba sendo um problema em certos casos, mas eu lido com isso a mais tempo do
que conheço qualquer pessoa na minha vida, então quando eu precisar sair da
minha zona de conforto, que seja por vontade própria ou necessidade
pessoal.
Eu tentei, juro. Eu me coloquei
do lado de fora e me forcei a ter as experiências que as pessoas me diziam que
eu precisava, mas não adiantou. Funcionou por um tempo, mas não me deixou mais
feliz, e não acrescentou nada de bom na minha vida. Faz um tempo que eu aprendi
que eu sou suficiente pra mim, e embora as escolhas que eu faça me aproximem de
pessoas que vão querer mudar certos fatos sobre mim, eu sei que eu posso ser
blogueira, advogada, bióloga, até uma engenheira fracassada, ou qualquer outra
coisa que eu quiser sendo exatamente como eu sou.
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