sábado, 15 de fevereiro de 2014

O que eu não consigo ser

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Antes de mais nada, eu preciso dizer que eu ao menos tentei. Algumas coisas simplesmente não são pra mim, e mesmo sabendo que eu vou ser julgada por isso o resto da minha vida, eu prefiro continuar sendo exatamente como eu sou hoje. 

A verdade é que quando eu falo que eu tenho blog, a primeira coisa que as pessoas pensam é se eu não tive infância, depois elas esperam que eu seja “a mais legal do mundo”. Aquela pessoa extremamente comunicativa e aberta a conhecer novas pessoas. Acontece que eu não sou essa pessoa, embora eu já tenha tentado ser. Alguns chamam de timidez, outros já me aparecem com nomes mais científicos, mas a verdade é que eu simplesmente sou assim e isso não envolve medicina ou psicologia. 

Veja bem, eu não estou dizendo que eu não sou legal ou estou aberta a conhecer pessoas, mas que eu tenho um limite pra certas coisas que as pessoas acreditam que eu não deveria ter. Por exemplo, eu sou extremamente introspectiva – e isso é um fato – por isso, conhecer novas pessoas ou estar no meio de uma “rodinha”, me deixa exausta, até meio sem paciência. Eu não consigo encarar esse tipo de coisa por muito tempo, principalmente se for um grupo de pessoas onde eu não tenho nenhum conhecido. Eu não sou apegada a essa coisa de “primeira impressão”, porque eu não gosto de dar nenhuma impressão sobre mim. Odeio que as pessoas construam opiniões sobre mim apenas por mini retratos do perfil de alguma rede social.

Isso me incomoda. O fato das pessoas esperarem que eu seja de uma determinada maneira e me cobrarem isso. Eu não tenho que fazer nada que eu não me sinta confortável fazendo, eu não preciso me colocar numa situação em que eu me sinta mal, só pra atingir as expectativas de quem está a minha volta. Tudo bem, minha timidez acaba sendo um problema em certos casos, mas eu lido com isso a mais tempo do que conheço qualquer pessoa na minha vida, então quando eu precisar sair da minha zona de conforto, que seja por vontade própria ou necessidade pessoal. 

Eu tentei, juro. Eu me coloquei do lado de fora e me forcei a ter as experiências que as pessoas me diziam que eu precisava, mas não adiantou. Funcionou por um tempo, mas não me deixou mais feliz, e não acrescentou nada de bom na minha vida. Faz um tempo que eu aprendi que eu sou suficiente pra mim, e embora as escolhas que eu faça me aproximem de pessoas que vão querer mudar certos fatos sobre mim, eu sei que eu posso ser blogueira, advogada, bióloga, até uma engenheira fracassada, ou qualquer outra coisa que eu quiser sendo exatamente como eu sou. 


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