Eu poderia ser aquela

Ouça enquanto lê

E, mais uma vez, eu abri uma página sua de uma rede social e fiquei olhando sua foto. Como eu já sorri olhando praquilo, você não tem ideia. Ainda fico lembrando da gente. De como a gente era. De como a gente costumava ser. Lembro da minha insegurança por não acreditar, por ficar ouvindo aquele povo todo falar. Mas não importa mais o que digam, o que falem, o que pensem. Não mais. Porque ninguém viu meu sorriso quando eu te vi pela primeira vez. Ninguém.

E amanhã já é sábado. Amanhã já vou te ver. E eu estou feliz por isso. Muito feliz. E tenho medo que isso acabe, é verdade. Afinal, como dizem, é melhor não subir muito alto porque o tombo será bem maior. Acho que é assim o ditado. Sei lá.

Odeio me lembrar da sensação de sua mão tocando a minha em momentos vagos do dia a dia, sabia? Odeio que as coisas se desgastem e tenham se desgastado. Principalmente as que amo. Eu não queria ser assim, porque sempre dói mais em mim no que nos outros. As coisas mudam, e sempre vão mudar. Mas, ainda não me acostumei com isso.

Suspiro.

Argh! Acho que essa nossa nova história nem valha o texto publicado! Escrevi e reescrevi umas vinte vezes. Fico encarando essa tela com o Word aberto e essa folha digital em branco. Talvez, quem sabe, apenas não é pra ser. Assim como nós também, quem sabe. Talvez esse texto seja tipo a gente, que não é. Que não é mais. Que agora somos eu e você. Separados. Sujeitos diferentes. Com um ou outro episódio contracenado. É loucura eu estar com ciúme da nossa antiga historia?

Embora eu tente, acabo por recriminar meu tolo coração, que teima em acreditar.

Eu poderia contar todos os meus segredos para você. Eu poderia dizer sobre todos os medos que tenho, sobre a agonia que sinto nas tardes de domingo. Sobre a saudade que sinto na manhã de segunda. E na de terça. E de quarta, quinta e sexta. Em todas as tardes e noites. E eu só estaria subindo ainda mais essa colina, me arriscando a cair e me machucar ainda mais.  

Mas, se quer saber, se é pra cair, prefiro subir mais. Porque ainda confio nesse amor. E, se ele sempre existiu mesmo, vai me segurar. E eu também sempre quis pular de bungee jump. E dizem que a visão lá de cima é linda.